sábado, 13 de março de 2010

Dia 8 - Anchor - Point
































































































Dia 8 Anchor - Point

Ontem depois de termos passeado por Tagahzout e ter-mos visitado Hash-Point, decidimos dormir por Anchor-point.
O Tó acordou bem cedo e começou logo a preparar a entrada. Estavam ás 7.30 da matina 16 gajos na água e dois metrões a rapar os calhaus. Estava com um frio na barriga mas não podia ir embora sem enfrentar aquela mítica onda. Mal comi pois a adrenalina era tanta que achei se comesse muito ficava com a digestão parada. Saltei para dentro de água na primeira oportunidade, depois de ter estado “escondido” por de trás de uma rocha enquanto o set passava e as espumas me “lambiam” a alma. Anchor-point não tem praia, faz lembrar os coxos na Ericeira. Para sair arrisca-se uma saída por cima dos calhaus ou então remamos uns bons 400 metros até uma praia pequeníssima com apenas uns 30 metros de largura. É remar e acertar no buraco da agulha. Escondido por de trás de uma rocha enquanto as espumas passavam por mim, logo que deu uma aberta saltei para e água e o meu primeiro pensamento foi:
"Agora já está. Estou na água e só me vou preocupar em fugir aos set's e pensar em... como é que vou sair daqui.
Já estavam uns 25 gajos na água com mais malta para entrar. O Tó estava com um enorme sorriso, ja tinha dropado uma e disse-me:
-Estou passado. Que onda, que força... é brutal!
Os set's bombeavam com dois a dois e meio e eu não me sentia á vontade. Era a minha primeira entrada naquela praia e de short-board depois de uma semana de Longboard. Meia hora depois da minha entrada e com os nervos em franja por não conseguir apanhar nenhuma, passei-me e dropinei um "bife" á cara podre. O gajo ainda berrou mas eu...nada e com a maior cara de pau virei-me para ele e pedi-lhe desculpa e continuei. O tipo veio atrás de mim sempre e ao sairemos da onda o gajo deu-me os parabéns pela onda que eu tinha feito com o maior sorriso:

-Adoro ver um gajo a minha frente surfar, foi demais man DEMAIS, a onda era grande e deu para os dois na boa.
-Desculpa lá man, mas eu já me estava a passar-me por não apanhar nada!
-Tudo bem "mate"!
Depois desta só consegui surfar mais uma e desta vez sozinho e que onda. É nestes momentos que entendo porquê que tenho este vicio. O Tó esteve melhor que eu e ainda conseguido apanhar 7 onditas. Na saída estava nervoso mas consegui acertar no buraco sem problema. Missão cumprida.
Vi entretanto o Baganha vir ao nosso encontro:
“-Grandes ondas que vocês fizeram.”
“-E tu não entras?”(perguntei)
“-Não pá, aquilo está demais para mim e eu sei qual é o meu limite mas o Daniel vai entrar agora.”
“-Dassssss, onde é que ele está?”
Tenho perfeita noção que o Daniel tem "menos surf" que o Baganha tem é uns "tomates" maiores e... bastante orgulho. O Tó deu-lhe força e ajudou-o na entrada, o gajo estava com os nervos em franja. Dropou umas quantas e para bem dele, o mar tinha descido bastante. Fomos almoçar um ultimo Tagine perto de Agadir. Um Tagine de galinha… e que galinha. Devia de ser prima de Arnold pois era dura como “cornos”.
Partimos de volta para Portugal com consciência que tínhamos 14oo kms pela frente. Ainda passamos por El-Jahdida para mais um belo jantar.Andei um pouco perdido naqueles bairros degradados e assustadores, tal é a miséria. Por vezes fez-me lembrar aquelas imagens que vemos na TV de zonas devastadas por uma guerra.
Eram 2 da matina quando chegamos a Tanger com o corpo todo partido e para 3 horas de sono, pois tínhamos que nos apressar com os passaportes para passarmos no primeiro barco da manhã.

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